Os aplicativos de mobilidade por demanda visam simplificar a vida e a locomoção de muitas pessoas, empresas como Uber, Cabify, Lift e muitos outros, tiveram papel significante ao combate da ineficiência dos carros de passeio. Os carros de passeio ficam em média cerca de 95% do seu tempo de vida estacionados. Desta forma, motoristas que operam através das plataformas destas empresas, teoricamente, conseguem manter os carros mais tempo rodando e evitando o número de carros nas ruas.
Entretanto a teoria não é tão bela na prática. A cidade de New York, nos EUA, tive uma redução na velocidade média na hora do rush de aproximadamente 15% quando comparado o período entre 2010 e 2017, indo para aproximadamente 10 km/h em 2017. Os custos econômicos desse revés foram avaliados em cerca de $17 bilhões de dólares para a economia da cidade, conforme dados da empresa INTRIX. O ex-official do Departamento de Transportes de New York Bruce Schaller, através de pesquisas aos dados da New York City Taxi and Limousine Commission, entre 2013 e 2017, notou que as viagens aumentaram em 15%, mesmo com a queda de viagem dos serviços de taxi. Isso indica que as empresas responsáveis por essas viagens são companhias como Uber e Lift. Ainda segundo dados do Bruce Schaller, este evento foi responsável por adicionar 960 milhões de quilômetros de distância percorridos por carros de passeio no intervalo de 3 anos. Esse fato vem criando prejuízos ao sistema público de transportes da cidade. Segundo uma pesquisa conduzida na cidade de Boston com usuários dos aplicativos de transporte concluiu que 60% dos entrevistados teriam evitado utilizar carros de passeio para sua locomoção mudando para serviços transporte público e outros, caso os aplicativos não existissem. Já a pesquisa conduzida pela Universidade da California, onde foram entrevistados 4 mil norte-americanos que utilizam a Uber e Lift como forma de transporte assumiram que cerca e 49% a 61% das viagens não existiriam, caso as empresas não existissem. Esses passageiros iriam aderir viagens mais benéficas para o meio ambiente, como por bicicleta, a pé ou metrô. Sistemas integrados e mais eficientes no futuro podem talvez evitar problemas do gênero. O advento dos carros autônomos e carros elétricos podem ser alternativas para amenizar os reveses criados por estas empresas. Contudo, é importante entender que atualmente ela vem trazendo diversos problemas para a mobilidade urbana. Investimentos devem ser feito para garantir que constantemente uma maior parcela da população se locomova através do sistema de transporte público, de bicicleta ou a pé. Somente desta forma podemos ver uma cidade com um sistema de transporte realmente equilibrado e funcional.
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AutorGuilherme M. Pfeffer é um entusiasta por planejamento e mobilidade urbana. HistóricoCategorias
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